O fato das mulheres serem maioria, entre os educadores, se explica historicamente, pois a função do professor foi e ainda é associada a algumas características de ensinamentos da mulher, como atenção e afeição, por exemplo. Nesse sentido, o diferencial que a mulher possui, em sala de aula, é erroneamente associado ao instinto materno, capaz de criar laços emocionais entre a professora e seus alunos.
Sim, as mulheres são maioria em algumas áreas de ensino, como por exemplo no corpo docente da educação básica, mas, com a evolução das etapas de ensino, a presença delas diminui.
Segundo dados do Censo Escolar de 2020, elas correspondem a 96% dos educadores da educação infantil. No ensino fundamental I e II, representam, respectivamente, 88% e 67%. No ensino médio, o percentual diminui ainda mais para 58%.
Esses índices já foram ainda maiores. Em 2010, 91% dos docentes do ensino fundamental I eram mulheres. No ensino médio, elas correspondiam a 63% no mesmo ano.
Mas ao contrário do que parece, elas não ganhavam tanto quanto eles, pois apesar das conquistas das mulheres no mercado de trabalho nos últimos anos, também é necessário trazer à tona as disparidades que ainda perduram na sociedade brasileira.
Por exemplo, em 2010, os educadores homens de universidades recebiam, em média, R$ 5.403,81, e as mulheres, R$ 3.873,18. No pré-escolar e fundamental, elas informaram receber R$ 1.258,67, e eles, R$ 1.685,55. No ensino médio, docentes do sexo masculino recebiam R$ 2.088,56, e já do feminino, R$ 1.822,66.
Aqui, você consegue ter um panorama sobre as mulheres na educação superior.
Nos cursinhos para concurso público a realidade é a mesma: boa parte dos candidatos que almejam ser aprovado nas carreiras educacionais também são mulheres.
Ensinamentos da mulher: desde criança elas são maioria nas escolas
O fato de as mulheres serem maioria nas escolas não acontece apenas na docência. Um estudo do Inep, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, mostra que a presença de meninas na sala de aula é maior que a de garotos.
De acordo com levantamento do MEC, as mulheres são maioria nas escolas a partir da 5ª série do ensino fundamental e representam mais de 60% dos alunos que conseguem concluir o ensino superior em todo o país.
Esse fenômeno não ocorre atoa e tem nome: Androfobia. Isso acontece porque durante muito tempo, a educação foi vista como responsabilidade da mulher, pois antigamente a mulher era possuidora de “dons naturais para cuidar”, tornando a educação infantil uma vocação a ser exercida pelos ensinamentos da mulher, e não uma profissão.
Apesar dos avanços, ainda precisamos mudar o entendimento de que as mulheres são boas educadoras devido ao instinto materno.
Afinal, elas são melhores educadoras porque são ensinadas desde meninas a ter paciência, a serem melhores que os meninos – especialmente nas matérias de humanas e letras -, a se superarem e são infinitamente mais cobradas que eles em todos esses aspectos.
Então, porque elas são maioria? Simplesmente, por que elas se dedicam mais, se empenham mais e conquistaram seu espaço na educação.
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