O ataque ocorrido na manhã da segunda-feira, 19, em uma escola em Cambé, no Paraná, deixou dois alunos mortos, já é o sétimo registro no ano de 2023.
Segundo o Instituto Sou da Paz, desde 2002, este é o recorde de casos em um mesmo ano, em apenas seis meses já foram registrados mais casos do que no ano inteiro de 2022. Dos 22 anos analisados, em 12 anos não houve nenhum ataque à escolas.
Em 2002 ocorreu um caso, em 2003 mais um, em 2011 foram dois, em 2012 houve um, em 2017 mais um, em 2018 também um, em 2019 foram três, em 2021 ocorreram dois, em 2022 foram seis e este ano já soma sete casos.
Desde 2002 foram contabilizados 25 ataques, com 139 vítimas: 46 pessoas morreram e 93 sobreviveram.
“O estudo mostra que a disponibilidade de armas em residências favorece esse tipo de crime e aumenta a letalidade, colocando em evidência o quão crucial é o controle do acesso e do armazenamento dessas armas para redução da letalidade destes eventos, já que ferimentos com armas brancas e de pressão são menos graves e têm mais chances de defesa, socorro e recuperação da vítima”, afirma Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.
Em pelo menos dois casos o agressor estava meses sem ir às aulas e não foi praticada nenhuma providência de busca ativa, o que, segundo o estudo, contribui para o isolamento e radicalização desses estudantes ao ficarem longe do ambiente escolar.
Em pelo menos 20 dos 25 casos houve planejamento por semanas ou meses. No ataque desta segunda-feira em Cambé, a polícia encontrou com o agressor anotações sobre ataques em escolas, incluindo um de Suzano, em São Paulo.
“Este diagnóstico reforça tanto um diálogo entre os casos e os autores como reforça que há um prazo hábil para que funcionários, professores, alunos e pais possam notar mudanças de comportamento ou até atos preparatórios e consigam tomar medidas para intervir precocemente e prevenir os ataques”, registra o Instituto Sou da Paz.
“É necessário estruturar e preparar a comunidade escolar para identificar os sinais antes dos ataques e agir com eficácia”, recomenda texto divulgado pela entidade nesta segunda-feira.
Fonte: CNN
Foto: Felipe França