Escrito por: professor Cleber Monteiro
O embate entre Israel e Palestina, uma das questões mais debatidas da geopolítica moderna, percorre décadas de atritos e embates. Desde o término do domínio britânico na Palestina e a consequente formação do Estado de Israel em 1948, essa área tem sido palco de conflitos incessantes e transformações substanciais. Todos esses anos de confronto geraram marcas profundas e delinearam a dinâmica regional. É importante lembrar que vários acontecimentos que ainda reverberam no presente e futuro de Israel e da Palestina são derivados de ações do passado.
Entretanto, a calamidade e a violência persistem enraizadas na área. Em outubro de 2023, o mundo foi confrontado com um novo e surpreendente ataque repentino pelo Hamas (Movimento de Resistência Islâmica), que lançou uma ofensiva de ampla magnitude contra Israel. Esse foi um dos ataques mais sérios das últimas décadas, ocasionando perdas significativas de vidas em ambos os lados, com aproximadamente 500 mortes nas primeiras horas do conflito. A rápida e intensa evolução desse confronto serve como um sombrio lembrete da instabilidade e da incerteza que continuam a assolar a região. As autoridades de Israel interromperam serviços essenciais para os habitantes de Gaza, como água e eletricidade, enquanto bloqueavam a entrada de suprimentos. Ataques aéreos de Israel devastaram Gaza, atingindo escolas, hospitais e reduzindo bairros a escombros, inclusive com possíveis violações das leis internacionais. Milhares de palestinos foram deslocados, com um número significativo de mortes, incluindo muitos civis e crianças, de acordo com autoridades de Gaza.
De toda forma, é de extrema importância enfatizar o papel das grandes potências mundiais, como os Estados Unidos, Rússia, França e Inglaterra, que frequentemente exacerbam as tensões na região. A criação do Estado de Israel em 1948, sem consulta à população árabe-palestina, foi um marco crucial, desencadeando conflitos persistentes. O território, muitas vezes denominado “barril de pólvora”, é marcado por disputas territoriais, confrontos armados e hostilidades profundamente enraizadas, exemplificado pela complexidade da questão de Jerusalém. A presença de grupos radicais islâmicos, como Hamas, Hezbollah e Estado Islâmico, contribui para a escalada da violência. Apesar de décadas de esforços e negociações internacionais, a paz permanece distante devido à intransigência de setores radicais, assentamentos de colonos judeus em áreas palestinas e disputas sobre controle de fontes de água. A busca por uma solução duradoura é desafiada pela interrupção constante do diálogo pela violência, apesar do desejo de progresso expresso pelo reconhecimento da Palestina como Estado observador pelas Nações Unidas e pelo Vaticano.
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